As esquinas perigosas da história.
Em 1974, um sociólogo, chamado Valério Arcary, viveu os seis meses mais intensos e emocionantes de sua vida. Estava em curso a Revolução dos Cravos, que baniu quase cinco décadas de ditadura salazarista em Portugal. A Revolução dos Cravos teve seus rumos duramente disputados. Havia liberais, a esquerda moderada e, finalmente, os socialistas, defensores da ideia de que o momento de turbulência era oportuno para uma genuína revolução. O clima era de grande tensão política. Em muros de avenidas, pichações constituíram-se, segundo Valério, na "expressão estético-cultural do 'universo diverso' da revolução". "Os ricos que paguem pela crise", dizia ima delas, assinada pela União Democrático Popular. Ao lado, "A União Democrático Popular que pague pela crise", assinado "os ricos". Os liberais e a esquerda moderada venceram a queda de braço. Frustrado, Valério Arcary, que se encontrava entre os socialistas, era tão jovem que acreditava que a vida daria aos socialistas uma segunda chance, na próxima esquina perigosa da história. Acreditava que as revoluções adiadas seriam as mais radicais, Não sabia ele que, nessas esquinas, nas esquinas perigosas da história, as derrotas exigem o intervalo de pelo menos uma geração para que suas sequelas possam ser superadas. A revolução fora perdida. E uma nova oportunidade não verteria tão logo.
O texto acima recebi por email em maio/2009, e numa segunda parte constava uma análise, de Jorge Mauricio Porto Klanovicz, sobre lamentos relativos a detalhes que, maiores ou menores, alteraram, de alguma forma, o curso da história. Detalhes mudaram o curso da história. Trata-se das esquinas perigosas da história, muito mais comuns do que a suposta inevitabilidade histórica dos fatos - sustentada por marxistas mais apressados - pode imaginar.
Temos no horizonte mais uma dessas esquinas, em 2010 temos a chance de continuar ou retroceder, isso para que não tenhamos, frustrados ao olhar para trás, de lamentar: Ah, se a Dilma tivesse ganho aquela eleição ...
Em 1974, um sociólogo, chamado Valério Arcary, viveu os seis meses mais intensos e emocionantes de sua vida. Estava em curso a Revolução dos Cravos, que baniu quase cinco décadas de ditadura salazarista em Portugal. A Revolução dos Cravos teve seus rumos duramente disputados. Havia liberais, a esquerda moderada e, finalmente, os socialistas, defensores da ideia de que o momento de turbulência era oportuno para uma genuína revolução. O clima era de grande tensão política. Em muros de avenidas, pichações constituíram-se, segundo Valério, na "expressão estético-cultural do 'universo diverso' da revolução". "Os ricos que paguem pela crise", dizia ima delas, assinada pela União Democrático Popular. Ao lado, "A União Democrático Popular que pague pela crise", assinado "os ricos". Os liberais e a esquerda moderada venceram a queda de braço. Frustrado, Valério Arcary, que se encontrava entre os socialistas, era tão jovem que acreditava que a vida daria aos socialistas uma segunda chance, na próxima esquina perigosa da história. Acreditava que as revoluções adiadas seriam as mais radicais, Não sabia ele que, nessas esquinas, nas esquinas perigosas da história, as derrotas exigem o intervalo de pelo menos uma geração para que suas sequelas possam ser superadas. A revolução fora perdida. E uma nova oportunidade não verteria tão logo.
O texto acima recebi por email em maio/2009, e numa segunda parte constava uma análise, de Jorge Mauricio Porto Klanovicz, sobre lamentos relativos a detalhes que, maiores ou menores, alteraram, de alguma forma, o curso da história. Detalhes mudaram o curso da história. Trata-se das esquinas perigosas da história, muito mais comuns do que a suposta inevitabilidade histórica dos fatos - sustentada por marxistas mais apressados - pode imaginar.
Temos no horizonte mais uma dessas esquinas, em 2010 temos a chance de continuar ou retroceder, isso para que não tenhamos, frustrados ao olhar para trás, de lamentar: Ah, se a Dilma tivesse ganho aquela eleição ...
Um comentário:
A revolução dos cravos incorporou Portugal à social democracia. Meu sonho dourado é que revolução semelhante ocorra no Brasil. É triste ver, por exemplo, o PT de mãos dadas com Sarney e defendendo os interesses do que existe de mais atrasado, feudal e podre neste país.
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