segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Nacionalista, eu


Wagner Nabuco na coluna que dá o nome a presente postagem conta uma história e fala em rápidas pinceladas sobre "o estado Varguista" que Fernando Henrique Cardoso prometeu desmontar.
Mas transcreverei apenas uma parte, final, da coluna:
Relembro tudo isso à guisa do discurso do presidente Lula, quando do lançamento do novo modelo de exploração do petróleo na camada do pré-sal. Não esperava tanto. É certo que nos últimos dois anos, cá e acolá, apareceram falas do presidente que se aproximam do discurso do trabalhismo histórico, teorizado por gente do naipe de Darcy Ribeiro e Alberto Pasqualini.
Parece que os embates do dia a dia do governo que Lula presenciou e, como brasileiro que veio lá dos fundões, apaixonado pela nossa gente, mas acima de tudo um homem pragmático, o levaram a repensar suas originais influências teóricas (surgimento do PT) e a aproximá-lo de um discurso e ações que ressaltam a necessidade de um projeto nacional independente. A palavra soberania não causa tanta estranheza nas falas do presidente e de petistas históricos.
Alvíssaras. Aos demotucanos e penduricalhos, herdeiros do moralismo cabotino udenista, as viúvas chorosas de Carlos Lacerda, Bilac Pinto, Eduardo Gomes, Roberto Campos, Sandra Cavalcanti, defensores do nosso alinhamento aos Estados Unidos e para sempre produtores de "commodities", resta apresentar e disputar no voto um projeto alternativo de governo, Estado e nação. Se continuarem na velha cantilena moralista, antiga desde 1945, serão atropelados no processo de desenvolvimento do nosso país. Ou, para repetir um clichezão: "seu destino político será a lata de lixo da história". (me lembrei da Yeda)
PS: Depois de escrito esse artigo, o acordo estratégico entre Brasil e França para defesa nacional, com transferência ilimitada de tecnologia e a recente entrevista que Lula deu ao jornal Valor Econômico reforçaram minha impressão aqui descrita.
Wagner Nabuco é historiador.
Publicado na revista Caros Amigos, número 151, outubro de 2009.

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