quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Imprensa e direitos democráticos


A maior parte da imprensa brasileira apoiou a derrubada do governo constitucional de João Goulart e o golpe civil-militar de 1964. A maior parte, também, paulatinamente, na medida em que o movimento social aumentou a pressão, engrossou as fileiras do processo de abertura democrática, em defesa das liberdades de expressão, de manifestação, estudantil, sindical e partidária. Entre 1978 e 1985, vários veículos abriram espaço para as campanhas de anistia e das eleições diretas. A imprensa empresarial-burguesa atuou com força na Constituinte e na primeira campanha eleitoral para a Presidência da República após a ditadura. Por isso mesmo representa um grande retrocesso político-editorial entre os setores liberais e conservadores a reação ultradireitista contra o 3° Programa Nacional de Direitos Humanos. A nação precisa conhecer toda a verdade sobre a tortura, o assassinato e o desaparecimento dos perseguidos políticos da ditadura, assim como o Judiciário tem o dever de julgar os crimes de lesa-humanidade. O Brasil não pode seguir adiante, com dignidade, sem o completo esclarecimento daquele terrível período.
Fonte: ENTRELINHAS - A MÍDIA COMO ELA É, Hamilton Octavio de Souza, revista Caros amigos 155, fevereiro 2010

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