domingo, 26 de julho de 2009

O processo de integração I



Os colonos ao conhecerem a nova terra afirmavam que o Rio Grande era a melhor terra de toda a América do Brasil para se povoar. A terra provocava entusiasmo e louvores. Era denominada a terra dos muitos, porque nela havia muita carne, muito peixe, muito pato, muita marreca, muito maçarico real, muita perdiz, muito jacum, muito laticínio, muito ananás, muita courama, muita madeira, muito barro, muito bálsamo, muita serra, muito lago e muito pântano; e no verão, muita calma, muita mosca, muita motuca, muito mosquito, muita polilha, muita pulga; no inverno, muita chuva, muito vento, muito frio, muito trovão, e com todo tempo muito trabalho, muita faxina, muito excelente ar, muito boa água, muita esperança, muita saúde ...
Mas era preciso atrair os habitantes primitivos, especialmente os minuanos, inimigos dos castelhanos, que haviam de contribuir na formação do gaúcho do Rio Grande. O gaúcho primitivo, inclusive, já fazem guerra à moda minuana, com laços, bolas e lanças.
A terra era generosa e ampla; dava tudo e para todos.
Os primeiros a chegar são os habitantes da Colônia, fugidos do cerco e das lutas constantes. Depois chegam os soldados, gente do Rio de Janeiro, das Minas e de São Paulo. Do Rio de Janeiro vieram recrutas, casais e mulheres desimpedidas.
Fonte: O Continente do Rio Grande (1680-1807), José Honório Rodrigues.
Fotos: Vitorino Mesquita, quadros no Forte de Montevidéu. No mapa a Lagoa dos Patos aparece com o nome de Lagoa do Rio Grande.

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